domingo, 11 de dezembro de 2011

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Acho que a ingenuidade é uma qualidade, faz-nos bem e faz bem aos outros. Não é ingenuidade ignorante, é dar uma oportunidade às coisas ou despir-se dos preconceitos que nos empobrecem, porque vamos achar que já conhecemos tudo e perdemos a possibilidade de explorar, de nos deslumbrar. Perder esta capacidade é uma tristeza.
Eu vim de um lugar, e tento não me esquecer disso, em que havia um baile e os velhos iam pôr-se ali e era "o" divertimento. Para eles, estar sentado na cadeira lá no jardim já era alguma coisa. E eu acho que, com a quantidade de estímulos que existem, temos de fazer um esforço para descobrir e encontrar beleza em coisas simples.

José Luis Peixoto, em Abraço mesmo, Abraço,
no zapping livros da Vogue (dezembro 2011)