sábado, 29 de outubro de 2011

Hoje

Podia ter sido assim:
 - tinha acordado cedo, mas não tão cedo. 10h. 10h ao fim-de-semana é o óptimo.
 - fazia a minha corrida da ordem ali para os lados da cidade universitária.
 - vestia a roupa que mais gosto de usar nos dias de lanzeirice: calças de ganga, camisa, as minhas botas rasas favoritas, écharpe (sempre) e um blusão.
 - rumava à esplanada do Careca.
 - deliciava-me com os croissants, com um chocolate quente, com as conversas das tias, com as gargalhadas dos miúdos, com as revistas cor-de-rosa, com a mão dele na minha.
- rumava ao Alentejo e alapava aqui. com a filharada toda e até terça feira.

Mas foi assim:
 - acordei cedo. 7h30 (e não tive direito a nem mais um minuto de snooze).
 - mimei, cheirei, apertei, beijei até mais não, abracei, gargalhei com cócegas e guerra de almofadas, alimentei, brinquei e apaixonei-me mais um bocadinho pelo meu filho.
 - deixei-o com o pai. dei a volta ao quarteirão. fiz 30 minutos. não me apeteceu ir correr para a praia, não me apeteceu tirar o carro. mas vá, fui correr e soube-me bem.
- passei na mercearia do costume, comprei pão fresco, leite do dia, salame caseiro da dona maria (que guardou para os meus meninos), compota de abóbora e nozes, dióspiros e castanhas.
- passei no quiosque do costume, trouxe o i, folheei a Caras, comprei a Pais&Filhos.
- voltei para casa. preparei o pequeno-almoço entre as brincadeiras do Martim com os irmãos, os planos para hoje e amanhã, o que eles queriam almoçar, jantar, o que lhes apetecia mais, vai sair uma tarde de maracujá, talvez uns brigadeiros, quero ensaiar uma receita de marmelada (adoro! com queijo), a avó almoça connosco, se calhar vamos ao cinema ou talvez não, temos aqui tantos filmes giros para ver.
- muitos trabalhos da escola para fazer. estudar, estudar, estudar. {gosto tanto de ver os cadernos dos miúdos, a letra dos miúdos. o interesse deles, a curiosidade, a atenção, as distracções, a vontade de conhecer, de saber, de procurar, de ir mais além. e adoro vê-los estudar com o pai. traz-me à memória as melhores lembranças.}
- depois as coisas da casa para tratar. taaaanta roupa, credo! [mas afinal quantos é que vivem nesta casa?]. e o almoço, o que vou preparar? a avó vem aí, gosta de castanhas, um prato com castanhas é sempre uma boa ideia. {e estes senhores dão sempre umas boas dicas}.
o melhor de tudo é a companhia, a conversa boa, a comunhão, a alegria dos miúdos quando estão com os avós.
- tinha dois trabalhos para terminar, daqueles chatos-chatos, sabem?, uns jogos para experimentar com o Martim, {giros giros, do livro do Professor Paulo Oom} a renovação da inscrição dele (e pai) na natação e um longo email para concluir.

Em jeito de síntese, não tive o Alentejo, os croissants do Careca, duas horas a mais de sono... mas tenho aquilo que sempre quis: dias imensos e pessoas para amar.