quinta-feira, 19 de maio de 2011

Há pessoas quem nem ao estalo

Não entendo que tipo de prazer é que algumas pessoas retiram ao dizer coisas parvas aos outros. Palavra de honra que não entendo. Ainda menos entendo quando, do alto de uma sabedoria que um qualquer curso lhes deu [ou julgam ter dado] e uma experiência de vida que, a julgar pelas barbaridades que vomitam, deviam guardar para si, dizem as coisas mais estapafúrdias sobre um filho a uma mãe.
Normalmente ofereço um sorriso quando me dizem disparates. Amarelo, é certo, mas não tenho nem paciência, nem jogo de cintura para entrar em bate-boca com gente que considero inadequada, inoportuna e, muitas vezes, cruel.
E quando achava que já me tinham dito todos os disparates e mais alguns relativamente ao Martim sou brindada com mais um, proferido pela boca de um médico, Oftalmologista, é certo, reformado, é certo, e sem tacto nenhum, é mais do que certo:

 - "não sei se o seu filho está a ser seguido por um pediatra, mas, e comparando com o que aconteceu com o meu neto, digo-lhe que se devia preocupar com o perímetro da cabeça do rapaz. olhe que pelo que vejo o miúdo deve ter autismo, tal como se verificou com o meu neto."

Isto dito na pastelaria onde costumo tomar o café e onde o dito senhor também costuma ir e costuma meter-se com o Martim. Já me tinha feito alguns comentários, do género "ai que a mãe tem de cortar nas papas, tu estás muito gordinho...", "ai que menino tão sorridente! mas olha que muito riso, pouco siso...", "ai que estás tão grande para a tua idade. se calhar é melhor a mãe ir ver isso...".
Desta vez, ultrapassou todos os records dos disparates. E eu fiquei sem chão e sem reacção.