segunda-feira, 28 de março de 2011

quando o amor acaba.

a minha amiga maria acreditou que o amor que tinha dentro de si era mais do que suficiente para amar o homem da sua vida, e ainda ser amada. a minha amiga maria acreditou que um filho salvaria um casamento que tinha, ha muito tempo, morte anunciada. a minha amiga maria acreditou que quando um homem diz, perante o Criador, 'para todo o sempre, na saúde e na doença', não há como voltar atrás com a palavra. mesmo que as pesoas mudem e a maria, a mulher que antes era esbelta, interessada, informada, culta, de aparencia cuidada, bem sucedida e com muita auto-estima, mudou. mudou quando a sua filha nasceu, passou a viver para ela, por ela e com ela. nada mais existia, nada mais interessava. nada. nem o amor da sua vida, aquele homem que a conquistou para sempre, que ela achou que entendia, que compreendia este outro amor que ela sentia. afinal era a sua primeira filha e tinha nascido depois de muitas tentativas falhadas para ter um filho.
mas o seu grande amor nao entendeu. precisava e queria a maria de antes, a mulher, a amiga, a amante, a companheira que hoje vivia dedicada, empenhada e obcecada pela filha.
a minha amiga maria está à beira do abismo. acordou finalmente para a vida, mas viu que ja era tarde. ja nao havia volta a dar. o amor tinha acabado e ela nem se tinha apercebido. afinal ela era feliz, tao feliz, e acreditava que tudo era perfeito, tudo estava nos devidos lugares. mas nao era, e a bolha onde vivia rebentou. o amor saiu para nunca mais voltar. ficou com a sua filha de meses nos bracos e agora nem ela lhe da o animo, o alento e a coragem que precisa para seguir em frente.
mas a maria um dia vai olhar para tras e perceber a licao que a vida lhe deu.
os filhos nao salvam casamentos.
'para sempre' so existe nos contos de fadas.
as pessoas mudam e o amor tambem.
e nada, mas nada, nesta vida e garantido.
muito menos uma pessoa,
muito menos um amor,
muito menos um contrato.