E depois há aquela amiga, a melhor, a nossa melhor amiga. Aquela que não é irmã de sangue, mas que sempre nos fez sentir aquele laço que só se sente em relação à família: inquebrável.
E é bom ter uma amiga assim, daquelas a quem podemos ligar a meio da noite só para fazer queixas do mundo inteiro, só para pedir colo quando esse mundo inteiro nos fez chorar, para partilhar os melhores momentos, as vitórias, os sucessos, os grandes dias e aquele beijo, que nos ouve com uma paciência infinita mesmo quando nos repetimos mil vezes sobre o mesmo assunto, aquele que queremos esmiuçar até à exaustão. Aquela amiga que nos acha sempre lindas, sempre magras e sempre as melhores. Que nos dá sempre a mão mesmo quando não está ao nosso lado. Não precisa, nós sentimo-la sempre ao pé de nós. Quem não tem uma amiga assim?
Eu tenho uma minha amiga assim. Uma, sim uma só. E vale por tantas. Aquela que me faz sentir sempre especial, que me adora incondicionalmente, que chora sempre que lhe digo adeus e me dá o maior abraço quando regresso ao meu mundo, aquela que me conhece melhor que qualquer outra, que antecipa os meus pensamentos e termina as minhas frases, que me faz rir e sorrir quando tudo o que me apetece é chorar, com quem tenho os melhores e maiores segredos e em quem confio cegamente, está longe, a 2500 kms de distância. Faz-me falta. Faz-me muita falta. Mas mesmo não estando fisicamente presente é quem está mais próxima de mim sempre que eu preciso, e sempre que não preciso também. Há laços que duram uma vida inteira. Este é um deles e é o que mais valorizo. Porque é o mais genuíno, o mais puro, o mais desinteressado e o mais cúmplice. Como todas as amizades deviam ser. As verdadeiras.