quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Piqueno Balti


Persegue-me para todo o lado, dentro do perímetro estabelecido: a cozinha. Tem uma tara por ténis, atacadores, crocs e tudo o que é plástico. Por ele comia alface todo o dia, ou bróculos ou feijão verde. Pão e cenas assim nem pensar. Não é moço dado a bolos e coisas do género (tentei a evangelização, mas não resultou).
Apaixonou-se pela tábua de passar a ferro e é um amor que só visto. Passa horas a adorá-la e, tenho para mim, a afiambrar-se aos cordões do resguardo.
Um dia destes dei por ele a tentar roer o carrinho do Martim: ferro. E outro dia dei por ele a tentar roer as próprias unhas. Disseram-me que só aos 2/3 meses as devia ir cortar. Vai na volta ele trata do assunto sozinho.
Assim que lhe abrimos os portões da sua mansão, corre para o sol e ali fica, a manhã toda. É cá dos meus: sol, sol, sol.
Ainda não aprendeu a distinguir as divisões da casa: cozinha e sala de estar, misturam-se com WC. Uma salganhada que só não parece uma pequena latrina porque aqui a menina limpa a mansão de Dom Baltazar todo o santo dia. Pois sim, já sei, ai que exagero e não sei quê, mas comigo é assim: a minha casa é limpa e arrumada todos os dias, a do meu pequeno coelho idem idem, aspas aspas. E mainada.