sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ainda as sogras

"Minha cara, até entendo que esteja a ser simpática com a sua sogra. O seu casamento é recente e ainda é tudo muito bonito. São tudo rosas, não é? Mas parece-me uma apreciação cínica da sua parte dizer que tem uma sogra "que é uma querida", visto que é senso comum que não há sogras queridas e boazinhas, que gostam muito das noras e as tratam muito bem. As sogras, mães dos nossos maridos, não gostam de nora nenhuma, porque para elas mulher nenhuma está à altura do seu 'bebé', nenhuma mulher é tão prendada, tão boa dona de casa, tão boa mãe, como a própria mãe. E é por isso que as sogras serão as eternas vilãs do casamento, as que se metem em tudo, que mexem em todos os armários quando visitam a nossa casa, que acham que a comida 'podia ter mais um bocadinho de sal', que os meninos - os netos - 'estão muito magrinhos', que a casa podia estar mais arrumada e que o filho anda abatido.
Largue esse papel de bambi e boazinha que não lhe assenta nada bem. Uma sogra será sempre uma sogra: um pesadelo para qualquer nora.' 
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Eu até entendo o comentário desta leitora anónima [a propósito deste post]. Entendo sim senhora, porque também eu, um dia, sofri na pele este estigma da sogra má. É verdade e está escrito neste post, aqui.
Mas agora, cara anónima, vamos lá balizar as generalizações e a adjectivação de um cinismo que não existe aqui, de todo. Eu sou a prova de que há excepções a esse mito das sogras. Nem todas as sogras têm esse desejo de avaliação permanente da nora, de fiscalização ao minuto do tratamento que a nora dá ao filho e aos netos, de crítica velada a tudo o que a nora faz e está sempre tudo mal. Há sogras que são mesmo umas queridas. E a minha é uma delas. Tão simples quanto isto.