sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Uma noite da tanga

Esta foi a primeira noite em que Dom Martim dormiu na cama dele. Ou melhor, foi a primeira noite que em vez de dormir num bercinho que estava colocado por cima da cama dele, e que deixou de ter espaço suficiente para este nosso grande lagostim, dormiu dentro da cama propriamente dita. E eu, claro está, vigilante, e o pai a sossegar esta ansiedade que se explica muito bem e, acho, vocês vão entender: é que uma das primeiras coisas que a médica de família me perguntou quando fui à primeira consulta com o Martim, foi como é que ele dormia, onde e com que tipo de agasalho. E nunca mais me vou esquecer da explicação e alerta que nos deu sobre os edredons e lençois e almofadas e afins: não usar nada disto, sob pena de o bebé escorregar para o meio da cama e poder asfixiar. Então tapamo-lo com quê - perguntam vocês, como eu perguntei à médica. O Martim dorme (e sempre dormiu) dentro de uma "casinha", que é tipo um saco-cama de lã e algodão, muito fofo e confortável, feito à medida dele (antes era um bocadinho grande, agora está mesmo à medida) e que está concebido de forma a que, mesmo que ele se mexa muito (e ele mexe-se muito), não tenha por e para onde escorregar e ficar com a cara e a cabeça tapadas. Ainda assim, e foi por isso que eu fiquei com os "nérvus", como as noites estão um gelo, (apesar da casa estar toda aquecida eu tenho sempre frio), achei que ele também podia ter frio e pus uma mantinha por cima. E foi a manta que me atormentou toda a noite. Não dormi um caraças e tenho de encontrar outra solução. A "casinha" que o envolve não é suficientemente quente para estas noites geladas.