quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A sério? A sério.

Uma pessoa que eu conheço [completamente desesperada porque o marido lhe pediu o divórcio] diz que descobriu a fórmula mágica para ele não seguir em frente com a intenção: oferecer-lhe um carro. "Um Porsche, mais concretamente. O carro dos sonhos dele. Assim não há hipótese de ele querer sair. Eu acho que ele ainda gosta de mim, mas diz que eu já não lhe ligo nenhuma e que não o amo e que não faço nada pela nossa relação. Eu acho que esta é uma enorme prova do meu amor por ele. O que é que achas?".
O que é que eu acho? Não queiras saber.
Acho que é assim que vai a cabeça de muitas pessoas: antes manter as aparências, do que sofrer a humilhação [acham elas] de um pedido de divórcio. Antes manter as aparências de uma felicidade plástica, do que perceber as razões pelas quais alguém diz "isto já não funciona/ eu já não gosto de ti/ eu não sou feliz aqui". Oferecer carros, viagens ou outros delírios que tais, é o que está a dar para manter casamentos e afins. E assim se substitui o ingrediente principal para que uma relação funcione. Mas, para quem pensa assim, o que é que interessa o Amor?