Pensávamos que o Martim vinha mudar tudo. E veio, mudou tudo. Pensávamos que os horários nunca mais iam ser os mesmos. Pensámos bem, nunca mais foram os mesmos. Pensávamos que tinhamos de nos adaptar às rotinas de um bebé. Pensámos bem, adaptámo-nos ainda melhor. O Martim acorda religiosamente às 5 e meia da matina, volta a dormir e depois volta a acordar às 9, 9 e meia. A essa hora já não quer dormir mais. Quer conversa e brincadeiras. Obriga-nos [a todos] a acordar cedo ao fim de semana e a aproveitar melhor o dia. Temos tempo para ir ao mercado logo de manhã, tempo para os mais velhos fazerem os trabalhos de casa antes do almoço, ou de andar de bicicleta, ou de aproveitar o melhor sol da praia, ficamos com as tardes livres para os nossos programas e tudo porque acordamos cedinho e o fim de semana parece muito maior. Às vezes resmungamos todos um bocadinho porque o Martim não nos deixa dormir, mas depois acabamos por concordar que fazemos muito mais coisas e aproveitamos muito melhor o tempo que passamos juntos. E olhem que para uma apreciadora de um belo soninho ao fim de semana, reconhecer que acordar cedo é uma coisa boa, é uma mudança radical.
