quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Só porque eu acho que o mimo nunca é "a mais"

Num dos episódios de "Modern Family" o Cam e o Mitch discutiam sobre os métodos para adormecer a pequena Lily. O primeiro defendia que a bebé devia adormecer ao colo, ou na presença deles para se sentir acompanhada, segura e adormecer tranquila. O Mitch, que quer educar by the book, defendia que deviam deixar que a pequena Lily chorasse até adormecer para que aprendesse a sentir-se segura sozinha, sabendo que os pais estão lá, estão por perto, mas não adormecem ao lado dela. Diga-se de passagem que, naquele episódio, a pequena Lily chorava que dava pena, o Cam chorava compulsivamente por ouvi-la a soluçar, e o Mitch mantinha-se impassível, seguro de que estava a fazer o melhor para a filha.

Pois cá em casa a doutrina divide-se: eu não gosto de deixar o Martim chorar, muito menos de deixá-lo chorar até se calar. Dou-lhe mimo, muito mimo, dou-lhe muito colinho, adormeço-o quase sempre ao colo ou deito-o na nossa cama e adormeço-o a cantar, deitada ao lado dele. Dom Papá está com o Mitch: se o Martim não tem fome, não tem a fralda suja, não tem cólicas, nada, ou seja se ele está bem, não devo dar-lhe sempre colo, ir a correr pegar nele cada vez que choraminga. "Um dia, quando ele for para o infantário ninguém vai andar sempre com ele ao colo...".
O equilíbrio é o pai de todas as virtudes e eu sei (sei sei sei) que ainda tenho muito para aprender com o meu filho, com o pai do meu filho, com esta experiência transformadora e com os erros que vou cometendo. Só não me peçam para deixá-lo ali a chorar e não fazer nada. Eu não consigo, mesmo.