quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Relativizar

O dia pode amanhecer cinzento, a noite pode ter sido em branco, as coisas podem não correr todas bem, as saudades da família podem apertar, as dúvidas podem teimar em não fugir para longe e até a  ansiedade pode ser uma constante nos meus dias. Mas enquanto eu ouvir a tua voz, aqueles barulhinhos doces que fazes a dormir, uma rabugice zangada quando tens sono, a tua mãozinha a segurar o meu dedo quando estás ao meu colo, o olhar tão aberto, tão atento, tão expressivo quando ouves a minha voz e o sorriso que já vais esboçando quando falamos contigo... enquanto fores tu o centro deste meu [nosso] mundo, tudo o mais, por mais cinzento, escuro, feio e triste, deixa de ter importância, relevância, significado. É que mesmo só com um mês de vida, um curto mês de vida, já me ensinaste uma importante lição: relativizar. Apenas dar importância ao que realmente é importante. Nada mais, nada menos.