segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Da maldade [e está tudo dito]

Há pessoas que não pedem mais da vida do que terem a habilidade de entristecer os outros. Ou destruir, pedaço a pedaço, a felicidade alheia, porque, no fundo, a luz que vem das vidas dos outros incomoda-as, na sua escuridão. Incomoda-as existirem pessoas longe, em alguma parte do mundo, que vivem felizes... Que têm dias felizes, replectos de luz. E em casos mais comuns, incomoda-as existirem pessoas tão perto que vivem assim. Como se costuma dizer, "longe da vista, longe do coração"... Há cada vez menos pessoas que vislumbram um raio de luz na vida de outra pessoa e se sentem verdadeiramente felizes por aquele raio de luz na vida daquela pessoa. A maioria das pessoas podem, indiscutivelmente, não o tentar apagar, mas não se sentem verdadeiramente felizes por ele. Porque não brilhou na direcção daquelas pessoas. Porque está longe. Porque possivelmente como aquele não virá outro tão depressa. Porque fez alguém sorrir. Porque as faz lembrar que elas continuam na escuridão. E é assim que conseguimos ver a natureza de cada pessoa. As que vivem na escuridão por algum motivo e se sentem felizes por existirem pessoas que vivem fora dessa escuridão... E as pessoas que vivem na escuridão e julgam, no seu egocentrismo, que todo o restante mundo, todas as pessoas, deveriam igualmente viver na escuridão. Os esforços que fazem para que os outros não sejam felizes podem ser poucos ou muitos... Mas e os esforços que fazem para elas próprias sairem da escuridão? Nenhuns.

Imperfeitamente perfeito. Escrito pela Miss Daisy no blog Dias [Im]perfeitos.