segunda-feira, 13 de setembro de 2010

E foi assim no dia 8

Eu não tinha lido nada de nada sobre Cesarianas. Tinha a noção do que era, do senso comum e pouco mais. Assumi de uma forma quase imutável que o meu parto seria "natural". Confesso que este foi o primeiro choque: ouvir dizer que, dadas as circunstâncias da não dilatação e estando a reagir mal à indução do parto, esse seria o único método a considerar. E assim foi. Depois de muitas e muitas horas à espera da bendita dilatação e rien, passámos uma noite inteira ligados ao CTG, a controlar o movimento cardíaco do Martim (que estava irregular) e a fazer "toques" atrás de "toques".

Mil e um procedimentos depois, uma epidural (que doeu!!), uma noite inteira a ser vigiada, um calor de morte alternado por um frio glaciar, música (esta foi uma surpresa muito boa! Sting a embalar e a procurar dissipar os muitos medos que sentia), aquela voz sempre comigo, aquela mão que foi o apoio mais importante de toda a minha vida e às 7h30 somos levados para a sala de operações. Esperava-nos uma equipa de mais de 10 pessoas.

Eu não sei como são as cesarianas em Portugal, mas a partir do momento em que me explicaram que não me iam dar anestesia geral (apenas parcial, sensivelmente do peito para baixo) e que eu ia estar acordada o tempo todo, o meu mundo parou. Além de ter achado completamente bizarro - como é que alguém consegue estar acordado e sereno quando sabe que está a ser operado? quando sabe que estão a mexer no seu interior? quando sabe que o seu bebé estás prestes a nascer e não sabe como manter o auto-controlo? - o meu medo aumentou de uma forma que nem vos consigo explicar.