quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Prioridade. Ou talvez não.

Não tinha por hábito (até há 3/4 semanas atrás)  usar a prioridade no atendimento. Em qualquer sítio onde precisava de ir aguardava a minha vez e só se o empregado ou alguém que estivesse à minha frente na fila me mandasse passar, é que o fazia. Sentia-me óptima, sem necessidade de usar o privilégio da barriga notória para ser atendida mais rápido.

Acontece que quando se chega aos 8 meses de gravidez, a barriga pesa muito, os pés em modo Hobbit assustam até o Shrek, o calor é desgastante e a disposição para estar muitas horas em pé [sobretudo depois do almoço] é igual a zero, ficamos aliviadas por ter estes pequeninos benefícios.

E choca-me que existam pessoas que não o entendam, que não sejam sensíveis a uma barriga de final de gravidez, que peçam satisfações aos empregados que fazem o que a lei manda: atendimento prioritário e que (pasmem-se) ainda peçam o livro de reclamações só porque o desgraçado decidiu cumprir aquilo a que está vinculado.
Se é certo que formação não é sinónimo de educação, certo é, também, que fico ainda mais chocada quando este comportamento [dirigido a mim] parte de uma mulher. Não consegui entender a raiva, a postura fria e altiva e a arrogância com que me confrontou e me disse que "gravidez não é doença e que devia ter pensado melhor nos prós e nos contras antes de engravidar."

Juro que ainda pensei que isto fosse para os Apanhados, mas quando percebi que a exaltação era real e que só faltava à senhora começar a espumar pela boca, nem tive reacção, acreditam? É que há situações que de tão absurdas, surreais e tristes nos tiram completamente a capacidade de raciocínio. 

Também é verdade que bate boca com pedras nunca foi o meu forte.