quarta-feira, 25 de agosto de 2010

E depois do adeus?

Se há coisas que me magoam muito, que me cortam o coração de uma maneira que nem consigo descrever, e que me fazem sentir impotente e fora de mim, é ver a minha irmã, que é também a minha melhor amiga, completamente arrasada porque um colega (homem), do alto do maior preconceito que há no mundo e com a maior das insensibilidades deste universo lhe diz que uma mulher recém divorciada, com três filhos, 33 anos e a vida toda pela frente, vai ter dificuldades em dar a volta por cima, voltar a ser feliz com alguém e, espetando mais a faca, encontrar um homem que "a aceite" com três filhos...
Que a aceite?? Que a queira? Que esteja disposto a apaixonar-se por uma pessoa que já tem bagagem?

Sim, eu sei o que vão dizer, que há muitas pessoas que pensam assim, que até é legítimo que não queiram educar (e aturar) os filhos dos outros, que a vida é bem mais simples quando não temos "bagagem emocional" e que quando uma mulher se divorcia já devia ter consciência destes contras todos.

Lamento. Mas, independentemente da situação que me é próxima e me doi na pele, na alma, e no peito, penso de igual maneira em relação a todas as outras mulheres e homens que um dia, por força das mais diversas e diferentes circunstâncias, tiveram a coragem (sim, é preciso coragem, sobretudo quando se tem filhos) de pôr um ponto final numa relação que já não os fazia felizes [bem pelo contrário] e tentar, tentar, tentar encontrar a felicidade. E que não acho mal nenhum que uma mulher [ou homem] queira voltar a apaixonar-se, e queira "refazer" a sua vida ao lado de alguém.

Ninguém anda à procura de ninguém (pelo menos neste caso) e está muito longe de pensar numa nova paixão. Mas também ninguém está livre disso, porque o Amor não se programa, não se planeia, não se desenha como se fosse uma maquete. Acontece. E quando o Amor acontece ninguém deve estar preso aos preconceitos dos outros, aos próprios preconceitos e a um bando de estereótipos que foram inventados e enraizados por um conjunto de pessoas muito pequeninas, de muito mal com a vida e muito focadas em tudo aquilo que não interessa nada: a opinião maldosa dos outros.