Difícil é teres de explicar a alguém que uma gravidez pode não ter sido planeada mas foi muito desejada. Difícil é explicar que essa mesma gravidez, a tal que não foi planeada, é vivida com a mesma alegria, o mesmo amor e a mesma vontade de ter aquele bebé nos braços.
Difícil é teres de explicar ao mundo que o tempo é um conceito relativo e que nunca será entendido por todos da mesma maneira. Que há pessoas que vivem uma vida inteira juntas e muitas nunca serão tão felizes como as que apenas partilharam meses das suas vidas.
Difícil é teres de explicar a alguém que o Amor não se explica. Apenas se sente. E só quem o sente [e o reconhece como o Amor sereno pelo qual se espera uma vida inteira] o consegue entender e viver e desejar e lutar para que ele fique por perto por muito e muito e muito tempo.
Difícil é seres feliz e teres de explicar ao mundo porquê, como se fosse um crime, uma doença, uma coisa má, um pecado até... Não [me] faz sentido. Nenhum.
É que eu também gostava de ter feito tudo certinho, namorar uns anos, casar, esperar uns anos para ter filhos e seguir todas as convenções que a sociedade impõe... Mas não tendo acontecido desta forma, não me sinto menos feliz, nem menos Pessoa, nem menos Mulher, nem menos Mãe.
É que eu também gostava de ter feito tudo certinho, namorar uns anos, casar, esperar uns anos para ter filhos e seguir todas as convenções que a sociedade impõe... Mas não tendo acontecido desta forma, não me sinto menos feliz, nem menos Pessoa, nem menos Mulher, nem menos Mãe.
