segunda-feira, 10 de maio de 2010

Atirem a primeira pedra

Quem nunca se apaixonou pela pessoa errada, que atire a primeira pedra. Quem nunca sentiu que caminhava na direcção do abismo e, ainda assim, se deixou ir, que ganhe uma medalha. Quem nunca se apaixonou por um traste e sofreu desgostos de amor, profundos, daqueles de tirar a fome, o sono e a paixão por Nutela, que seja beatificado.
Eu já me apaixonei pelas pessoas erradas. Não uma, mas umas quantas. Eu já cometi erros estúpidos porque estava apaixonada por um idiota. Eu já me apaixonei por um traste e eu já caminhei na direcção do precipício mais alto, feliz por saber que me ia atirar de cabeça, e burra por não ter percebido que o salto era sem rede.
Quem é perfeito, perfeitinho, de uma perfeição contagiante, que se chegue à frente, aqui à caixa dos comentários, e me diga (e à minha amiga M., que hoje foi quase linchada pelas colegas de trabalho, porque insiste em querer ir viver com um homem que todas intuem ser um cabrãozolas... porque é demasiado bonito, porque já teve 100 namoradas, porque desconfiam dele, porque sim e porque não) como é que faz, qual a estratégia, o truque, a dica, o radar, o GPS que devemos seguir para termos a certeza (absoluta) que o caminho que estamos a seguir é o certo ou o errado.
Juro que daria um prémio a quem soubesse a fórmula, a poção certa, para esta coisa do amor ser uma perfeição. Ser sempre 100% de segurança e certeza e sem dúvidas. Para mim, não há fórmula certa, equação perfeita que resulte e pozinhos mágicos que nos iluminem para fazer sempre tudo direitinho. Há o risco, há a intuição, há a vontade de fazer as coisas certas, de fazer acontecer o que sonhámos, de trabalhar, de construir, de ajudar, de contornar, de lutar e de amar muito e com a certeza que tanto pode dar certo, muito certo, como errado. So what? A vida é isso mesmo e eu continuo a achar que no amor, tal como na vida, não há cá certos, nem errados, há que viver em pleno o que se sente e seguir o coração.
Sem dramas, sem medos, sem ilusões, sem achar que o "...lived happily ever after" acontece na vida real como nos filmes.