quinta-feira, 8 de abril de 2010

Lontra, Orca, depende

Devo ser só eu que sou assim, mas há dias em que me sinto a grávida mai linda do mundo. Tudo em mim é Primavera, flores e passarinhos. Ele é a pele mais lisa e luminosa, ele é o brilho que todas as pessoas reconhecem no meu olhar e no meu sorriso, ele é o sono que é do mais reconfortante que há, ele é as mil festinhas que faço e que me fazem na barriga, ele é os sentidos mais apurados, a paixão (crescente) só por coisas boas e saudáveis, ele é tudo e mais alguma coisa. Mas depois há os outros dias, em que desce em mim a verdadeira sostra e me sinto uma perfeita orca ou uma bela lontra. Orquinha e Lontrinha, pronto, para não começar já a traumatizar o meu bebé. Hoje estamos em maré de Orca, "ai-meu-deus-que-nada-me-fica-bem", "olha aqui uma cabrona de uma estria", "o que é que eu faço com estas mamas", "se já tenho esta barriga com quatro meses, como é que vou ficar daqui a cinco (e respondo logo a mim mesma: a lontra mor)" e um rol de elogios que me faço em dias muito pouco pró é-tão-bom-estar-grávida. Que é, e eu adoro e namoro muito a minha barriguinha e o meu bebé. Mas hoje sinto-me uma Orca em cativeiro. Mesmo quando todas as pessoas me dizem que não, que só tenho barriguinha e blá blá blá "continuas a emagrecer e olha eu quando estive grávida engordei 33 quilos e não sei quê...". Tendo em conta que as ditas pessoas são a minha mãe, a minha irmã e as minhas amigas (e o meu amor, que tem uma paciência infinita nestes dias), é caso para duvidar, não é? São todos suspeitos desta cabala denominada "viva a lontra".