- Ah e tal, agora tens de ter cuidado, porque vais comer por dois.
Pois vou, então não vou. Se por cada mês de gravidez perder os quilos que tenho perdido (dois em cada), chego ao fim deste estado de graça mais esbelta que a Gisele (pronto, estou a exagerar... vá lá, deixem-me sonhar, sim?). A verdade, verdadinha, é que nos três primeiros meses (e a primeira semana do quarto), vomitei mais do que na minha vida toda! No-jo. E nem os truques das bolachinhas antes de sair da cama e mi-mi-mi me safaram. Niente.
- Ah e tal, agora tens de ter cuidado, porque vais ter desejos esquisitos.
Podemos considerar desejos esquisitos romãs? Sugus verdes? Côco e água de côco? Talvez travesseiros da Piriquita, pronto. Tendo em conta que estou a 2500 kms de Sintra... Ou Don Rodrigos, que me apeteceram de uma maneira doida e que me chegaram assim como que por magia por correio.
- Ah e tal, vais ver que ficas muito mais sensível.
Verdade. Grande verdade. Tanto me dá para chorar porque vi dois pinguins na televisão (a fazerem o quê? nada.), como me dá para a neura (ui jesus, nem me digam nada nesses dias. raros, é verdade, mas quando chegam... paga sempre o mesmo, adivinhem quem).
- Ah e tal, prepara-te porque vais ter manchas na pele (pano? wtf??) e borbulhas. Faz parte.
Pois vou, então não vou. Nada, nadinha, zero. Tenho a pele mais lisa e brilhante do que nunca. Aliás, pode ser parvoíce, não tenho problema em reconhecer, mas acho até que tenho uma cor natural que não tinha antes de engravidar. Manias? maybe...
E basicamente resumimos assim estes primeiros meses:
- vomitámos que nem uns doidos, fome só lá para a uma, duas da tarde (valham-me as vitaminas), enjoámos chocolates (isto é que eu não me perdoo!), idas à casinha de 15 em 15 minutos, dores de cabeça que ainda me perseguem (é o sintoma mais difícil de gerir até agora, supera em tudo os vómitos), muita ansiedade até aos três meses, saudades do papá (custa tanto...), lágrimas por tudo e por nada, família que me estraga com mimos, amigos sempre a perguntar "como estás? o que sentes? precisas de alguma coisa?", muitas conversas com a barriga, tipo contar a história do Principezinho e da Aranha Madalena à barriga, cantar a toda a hora e pôr o bebé a "ouvir" a voz do papá pelo telemóvel... beijinhos dos sobrinhos na barriga, perguntas dos sobrinhos difíceis de responder... e coisas de uma mamã feliz e radiante e muito, mas muito lamechas. Fazer o quê? Diz-se, por aí, que é o estado mais encantador da vida de uma mulher. Acho que sim, para quem quer muito ser mãe. E tenho mais cinco meses para o viver. Que bom.