segunda-feira, 1 de março de 2010

Fora disto, é complicar o que é simples

Para uma relação amorosa resultar é necessária a combinação de três factores, aparentemente óbvios, mas que na prática se tornam difíceis de reunir. O primeiro passa por duas pessoas gostarem uma da outra em todos os sentidos em que o verbo se pode conjugar. Gostar como amar, como desejar, como proteger, como respeitar. Depois, é preciso que se entendam. O entendimento pode ser natural, tácito ou treinado, mas tem de existir. Duas pessoas que até se amam apaixonadamente, se não se entenderem, não chegam a lado nenhum.
E por fim, de preferência, que sejam do mesmo género. Que tenham afinidades suficientes para que não precisem de estar sempre em briefing. É quando sentimos que estamos a jogar em casa e tudo se encaixa naturalmente, mesmo na fase embrionária, cristalizada para sempre nos momentos em que entramos em identificação com o outro. Coisas tão triviais como falar a mesma língua, ter lido os mesmos livros, ouvir a mesma música, seguir o mesmo lifestyle, pertencer à mesma teia social, pegar nos talheres da mesma maneira, ter a mesma lista de palavras proibidas.
É como se fosse um oráculo e, aqui para nós, acho que está muito perto daquela verdade inquestionável, que todos procuramos, e que se chama Amor.