segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Quero, venero, amo

Lady Day, mais do que uma diva, a companhia certa quando se tem a companhia mais certa do Mundo. A voz e a banda sonora de dias compridos de Verão, e dias cinzentos de Inverno.
E a sua história de vida?
Menina americana negra e pobre, Billie passou por todos os infortúnios possíveis. Aos dez anos foi violada por um vizinho, e internada numa casa de correcção. Aos doze, trabalhava como mulher a dias, e aos catorze anos, a viver com a mãe em Nova York, caiu na prostituição. A sua vida como cantora começou em 1930. Estando mãe e filha ameaçadas de despejo por falta de pagamento de sua casa, Billie sai à rua em desespero, na busca de algum dinheiro.
A estrela da sorte levou-a em boa hora a um bar do Harlem, onde se inscreveu como bailarina, mas revelou-se um desastre. Com vontade de a ajudar, o pianista perguntou-lhe se sabia cantar. Billie cantou e saiu com um emprego fixo. Após três anos a cantar em diversas casas, atraiu a atenção do crítico John Hammond, através do qual gravou o seu primeiro disco, em companhia de Benny Goodman. Era o real início de sua carreira. Atingiu a celebridade, apresentando-se com as orquestras de Duke Ellington, Teddy Wilson, Count Basie e Artie Shaw, e ao lado de Louis Armstrong.
Adoro-a e quero este novo disco. Imperdível.