quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Apetece-me falar de Amor. Com praia*.

Eu que sou uma romântica inveterada, que acredito no Amor incondicionalmente, que luto até ao fim por um amor em que acredito, em que vale a pena (mesmo que um dia se venha a provar que não valia, mas enquanto eu acreditar, ninguém me detém...), fico perplexa com a lista que requisitos, regras, etapas e filtros que as (algumas) pessoas enumeram antes sequer de o amor se aproximar. E não consigo responder a uma série de questões, vocês sabem? Então digam-me:
Como é que no amor as pessoas podem falar de equações matemáticas? Como é que no amor as pessoas podem falar de regras rígidas e estanques que se usam para manusear um electrodoméstico ou a faca eléctrica de cortar carne? Como é que no amor as pessoas ousam, à partida, antes sequer do início de qualquer coisa, munir-se de balas, coletes à prova de embates emocionais, Enos e Renies, e deixam reservada, com meses e anos de antecedência, uma cadeira no consultório de um psicólogo, porque já sabem que algo pode correr mal? Como? Como? Como? Alguém (s) que pensa desta forma chega a viver a vida? O amor? De uma forma plena? Não me parece possível. E não é possível porque assim ninguém se chega a entregar, a dar e não chega, sequer, a sentir o que está para vir.
No amor não há regras, não há manuais, não há imposições, não há planos de fuga, não há estratagemas nem conjecturas, não há menos, não há talvez, não há não sei, não há logo se vê, não há vamos dar um tempo, não há se calhar é muito cedo, não há não achas melhor esperarmos mais um pouco. Não. No amor não há nada destas fases. Porque se há e quando há, não é Amor. É apenas um lugar qualquer.
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* - é mais ou menos como quem diz que não gosta de praia no Inverno sem ter experimentado, sequer, pôr um pézinho na areia gelada, na água gelada e sentir um arrepio bom na pele. corremos o risco de nos constiparmos? e quem é que nos tira o prazer que sentimos? esta é a minha analogia.