segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Hoje já não digo o mesmo

Quando eu era mais nova, dizia que só queria ter um flho. Que um seria o ideal para eu encher de amor, mimo e tudo o que tenho para dar. Talvez me tenha sentido condicionada, durante muito tempo, por ser a irmã mais velha, por ter tido sempre aquela responsabilidade que os irmãos mais velhos têm, de cuidar, de proteger, de ceder, de ouvir raspanetes pelos mais novos, por ter de dar o exemplo e, no meu caso, por viver sempre com o coração nas mãos por ter uma irmã que era uma traquina, sempre pronta a inventar e eu sempre aflita para poder encobrir as loucuras dela.
Hoje gostava de ter tido mais irmãos, e um dia, se puder, já não vou dizer que quero só um filho. Três seria o ideal. Porque uma casa cheia do riso das crianças nos enche a alma de amor, porque vão estar sempre juntos para se entre-ajudarem, partilharem tudo e serem os melhores amigos.
E também porque hoje sei que os melhores momentos da minha vida foram os que passei com a minha irmã, as melhores brincadeiras, as melhores gargalhadas, o sentimento bom da cumplicidade de quem se apoia aconteça o que acontecer, de quem se entende, se respeita, se admira e se quer tanto bem. De quem é capaz de virar o mundo para ver a outra sorrir. Apenas sorrir.
E eu não era nem um-terço do que sou se a minha irmã não existisse. Não teria tantos momentos de alegria e gargalhadas até doer a barriga, se ela não existisse.
E hoje estou mais lamechas e sensível do que, provavelmente, qualquer outro dia que escrevi por aqui.
Dias.