terça-feira, 6 de outubro de 2009

Uma estranha forma de amor. Ou talvez não.

Disse aqui que não acreditava. Que não sabia como é que "as pessoas" conseguiam. Como é que é possível gostar de alguém que está a muitos milhares de kms de distância. Disse que comigo seria "jámé" e mais um monte de bla bla bla em que acreditava, (acredito?) piamente. Pois...
A minha sábia avó é que tinha razão quando puxava daqueles provérbios giros [mas que para mim não antecipavam nem provavam coisa nenhuma] e me disse, mais do que uma vez, que "pela boca morre o peixe"...
São muitas as dúvidas, poucas as certezas. São muitas as borboletas que voam à minha volta, e de muito pouca visibilidade o chão que me serve sempre de apoio. Há ainda muito nevoeiro, e o som do bater do meu coração às vezes torna-se tão ensurdecedor que não me deixa pensar. E há ainda aquele sorriso parvo na cara... que teima em não me deixar aterrar.
Dizem que estou apaixonada, mas eu ainda não quero acreditar.
Dizem que eu estou aqui (e vou continuar) e ele aí, mas eu ainda não quero acreditar.
Dizem que vou ter de reconhecer que é possível namorar (!) à distância. Mas eu não sei se consigo acreditar.
Sei que há pessoas que vivem relações à distância e são imensamente felizes. Sei que há até quem prefira esta distância e que viva bem com encontros quinzenais ou mensais em nome de uma independência que querem manter. Mas eu (acho) que não sou assim... E na minha cabeça nascem uns enormes pontos de interrogação, onde "Como?" lidera a marcha.
Como é que preenchem o vazio daquela pessoa nas vossas vidas? Como é que anulam o ciúme quando ele vos ataca (porque ataca, todos sabemos que sim)? Como é que anulam a insegurança, a ansiedade, os medos, os filmes? Como é que matam as saudades? Como é que superam tudo isto se o vosso maior desejo é estar lá, é partilhar, é viver cada segundo, cada olhar, cada momento, cada toque, cada sussurro... Como. É só isto que me pergunto.