Há pessoas que entram na nossa vida só para a mudarem. Sem saberem. Mudam-na para sempre e até parece que vêm incumbidas dessa missão. Pecam por não trazer livro de instruções ou bula, pois isso faria toda a diferença na hora de manusear o que sentimos ou de saber o que tomar em alturas de dispersão, ansiedade e, sobretudo, dúvida.
Mas a culpa nunca morre solteira e, até nisto dos tsunamis, há sempre uma segunda parte da história. A parte onde nós entramos, como maremoto. É que ao contrário do que se pensa e do que se diz, o maremoto não é sinónimo de tsunami, como a paixão não é sinónimo de amor. O maremoto é o que dá origem ao tsunami. Numa linguagem afectiva, é como se o maremoto estivesse para o tsunami, como a paixão está para o amor. Da primeira nasce o segundo. Ou não. Porque nem todos os maremotos viram tsunamis. Depende... das ondas sísmicas, do deslocamento das placas, das condições climatéricas... é um efeito provável, mas não tem uma relação 100% segura de causa efeito.
Não é tal e qual como no binómio paixão-amor? Eu acho que sim, que é tal e qual. E que o efeito desta causa-efeito, quando acontece, é tão devastador como um tsunami. Ou mais, muito mais.