domingo, 14 de junho de 2009

Não sei

Fez-me vários convites. Praticamente desde o dia em que cheguei, aqui. Fui recusando, delicadamente. Um dia porque tinha traduções para fazer, no outro dia porque estava cansada, no outro dia porque tinha outras coisas para fazer, no outro dia porque já tinha combinado coisas com amigas... e os dias foram passando e ele não desistiu. E ele é giro, giro que se farta, de uns olhos azuis de prender a respiração, loiro, ao jeito do (belo) Jude Law, alto, simpático, de sorriso aberto e tom de voz calmo, com uma conversa que flui sem esforço, com silêncios que não constrangem... é sereno, tranquilo e tem uma postura característica de quem está em paz.
E depois de tanta insistência, e de sentir que o meu coração afinal (ainda) aguenta golpes duros, decidi aceitar o convite, para um café (chá). E decidi aceitar o convite para ir ao cinema. E decidi aceitar o convite para um pic-nic no meio das montanhas, ainda brancas. E decidi aceitar o convite para um jantar, num sítio mágico, pensado por ele, para mim. Mas decidi mal...
Porque agora ele quer avançar, agora ele quer mais de mim, mais do que uma simples amizade. E eu sei que não quero. Não quero, não posso. E não sei como lhe dizer que um dia o dia chega... Um dia o dia de voltar a amar (para ele e para mim) chega. Mas não é hoje. E disto eu tenho a certeza. Absoluta.
Só não sei como lhe vou dizer... Só não sei como fazer para não magoar os olhos azuis mais meigos mais doces e mais simpáticos (e de paz) que conheci.
Às vezes a vida é cabra. Muito.