domingo, 10 de maio de 2009

Ser, Maior

"Nós temos cinco sentidos: são dois pares e meio de asas. - Como quereis o equilíbrio? " David Mourão-Ferreira (eterno do meu coração).
Hoje em conversa com um casal amigo de uns amigos meus, percebi que aquilo que eu defini na minha vida como o meu equilíbrio, está longe de o ser. É verdade que tenho muito do que preciso para ser feliz. É também verdade que sinto (acho) que me falta pouco para sentir esse equilíbrio dentro de mim. Mas para perceber o que é (ou quem é/ou onde é/ou se é), muitas vezes é preciso olhar de cima, para tirar a fotografia do plano maior, do mais abrangente, como se essa fotografia fosse tirada de helicóptero e ajudasse a perceber que queremos ser mais do que somos. Do que temos não. É mais que suficiente para viver (ou pagar contas, como diz um amigo meu). Mas do que somos, sim. Claro que sim.
E hoje eu percebi que quero ser mais altruísta. Ainda não sei como, o que posso fazer, a quem posso acrescentar um pouco de mim, mas já estou no ponto de partida: quero.
O exemplo veio de espanha (que aqui prova o contrário do ditado que ouvimos tantas vezes: de espanha nem bom vento, nem bom casamento):
- um casal jovem, ambos médicos. Todos os anos dedicam o mês das suas férias em missões humanitárias. Juntos ajudam, ensinam, confortam, alimentam sonhos de crianças que não sonham, curam, recolhem sorrisos, criam laços e voltam ao seu mundo. De cá, do mundo onde vivem 11 meses por ano, levam na bagagem a coragem, a vontade e o amor pelas pessoas. De lá, dos muitos sítios por onde já passaram, trazem na bagagem o coração cheio, o sentimento de missão cumprida, de que vale a pena abdicar e que ainda assim não abdicam de nada, porque o que os move é invisível aos olhos.
Eu também gostava de, um dia, ser assim... Grande.